História
De origem muito antiga, Montemor encerrava-se, inicialmente, dentro das muralhas com o seu castelo, as suas quatro sedes de paróquia e os seus Paços do Concelho. O seu nome, Monte moor, deve-se à sua localização geográfica, no maior monte da zona. A sua malha urbana, que tem vindo a ser descoberta ao longo de dez anos de escavações arqueológicas, adaptou-se perfeitamente à topografia do monte, e revela um modo de vida muito diferente e, ao mesmo tempo, muito similar ao nosso. Uma das descobertas mais interessantes é o modo como os montemorenses de época medieval e moderna geriam a falta de nascentes de água, recorrendo a cisternas e elaboradas redes de canalização para a sua armazenagem. As suas casas tinham, na sua maioria dois pisos (térreo e primeiro andar) e as suas ruas eram calcetadas do mesmo modo que as ruas do actual centro histórico. Montemor, recebeu forais dos reis D. Sancho I (1203) e de D. Manuel (1503).
O apogeu da vila foi nos séculos XV e XVI devido aos longos períodos de residência do rei e da corte em Évora. Período este do qual datam os mais imponentes edifícios, como os portais da Igreja de Santa Maria do Bispo e da Igreja da Misericórdia, a Ermida de Nossa Senhora da Visitação, o claustro, a igreja e a portaria mor do Convento da Saudação, o campanário da Torre do Relógio, a Casa da Guarda, entre outros.
Foi nesta vila que, em 1496, D. Manuel I tomou a célebre decisão de mandar descobrir o caminho marítimo para a Índia e foi, também, aqui que nasceu a iniciativa de criar os Estudos Gerais (Universidade Portuguesa em Coimbra) financiados por fundos da Igreja.
Em 1563, D. Sebastião deu-lhe o título de Vila Notável, por ser “lugar antigo e de grande povoação, cercada e enobrecida de igrejas, templos, mosteiros e de muitos outros edifícios e casas nobres”.
Apesar de o arrabalde de Montemor ser de origem muito antiga, o que se pode ver pelos bairros de traçado ortogonal do séc. XIV, foi a partir dos finais do séc. XVI e inícios do séc. XVII que o abandono da vila intramuros se tornou mais intenso, até que, finalmente, no séc. XIX todas as estruturas oficiais foram transferidas para fora das muralhas. Deixando a antiga vila deserta (à excepção do Convento da Saudação, a funcionar como Asilo Montemorense da Infância Desvalida) e formando as bases para o desenvolvimento da actual cidade.
A elevação de Montemor-o-Novo a cidade deu-se por decisão da Assembleia da República de 11 de Março de 1988. Hoje em dia, Montemor-o-Novo, afirma-se como uma cidade cultural e hospitaleira, com todas as vantagens de uma urbe em harmonia com a forte componente rural.
Paisagem
Situada no coração do montado alentejano, Montemor-o-Novo é uma cidade em constante diálogo com a paisagem.
O montado alentejano é um dos ecossistemas mais ricos da Europa, um cruzamento entre a presença do Homem e uma diversidade ambiental riquíssima. Baseado no sobreiro e na azinheira, o sistema agro-florestal do montado alentejano articula-se com inúmeras formas de agricultura, e com uma preciosa presença de uma fauna e flora local. É nesta convivência ancestral em que a presença do homem articulou equilibradamente com a presença da natureza, que se situa a cidade de Montemor-o-Novo.
Arte e Cultura
Montemor é, igualmente, um ecossistema cultural único em Portugal. Para além da forte presença histórica e ambiental, a cidade tem hoje uma vida cultural e artística únicas, onde coabitam e colaboram inúmeras associações, plataformas e artistas independentes. É neste vibrante ambiente cultural que O Espaço do Tempo situa o seu trabalho, implantando-se no território e na sua paisagem social, e irradiando o seu trabalho para o país e o mundo.
Com cerca de 70 residências anualmente, inúmeros projectos, e uma forte presença na economia local, O Espaço do Tempo é uma peça incontornável da vida desta lindíssima cidade alentejana.