O Permuto — Daniel Moraes & Ângelo Custódio

O Permuto — Daniel Moraes & Ângelo Custódio

Numa temporalidade suspensa, ouvem-se dois corpos em permuta. Gota a gota, o gesto das suas corporeidades dissidentes ecoa no espaço – ressonâncias de um diálogo do dar e do receber. A cada exalar, a tensão do transpirar. A cada pulsar, o suavizar da contenção.

A performance O Permuto nasce das interlocuções poéticas entre Ângelo Custódio e Daniel Moraes. Os artistas investigam o incorporamento que intersecta o déficit, a falha e o desvio. Ao entrelaçar as linhas disciplinares da voz, do desenho e do desporto, transbordam experiências da (d)eficiência. As suas vivências revelam rastros subjetivos que questionam orientações retilíneas e  lineares.

O Permuto traz um ambiente íntimo e estranhamente familiar onde o gesto e a voz têm uma dialética diagonal própria. O visitante é submerso numa dramaturgia de sintonização e convidado a estar à deriva durante a performance.

Ficha Artística / Técnica

Direção Artística, Cocriação e interpretação: Daniel Moraes e Ângelo Custódio
Composição sonora e voz: Ângelo Custódio
Cenografia: Victor Gonçalves
Desenho de Luz: Rui Alves
Figurinos: Arthur Guilleminot
Design de Comunicação: Vivóeusebio

Sobre Ângelo Custódio e Daniel Moraes

Ângelo Custódio (1983, PT) é um artista, investigador e performer que vive e trabalha em Amesterdão. Estudou canto clássico (BA) no Conservatorium van Amsterdam (CvA) e tem um mestrado em Artes Visuais (MFA) do departamento Master of Voice (MoV) – Sandberg Institute. Ângelo explora a performatividade vocal criando experiências de vulnerabilidade em encontros sónicos. O seu trabalho investiga as relações de poder impostas ao indivíduo pelos sistemas capitalistas, focando-se nas falhas estruturais com respeito à diversidade. Foi distinguido com o Stipendium for Emerging Artists (2020-2021) pelo Mondriaan Funds.

Daniel Moraes (1981, BR) é um artista multidisciplinar e investigador que vive e trabalha entre Lisboa e São Paulo. Mestrando em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, desde o início da sua trajetória investiga os conflitos do seu corpo com as práticas artísticas, sendo o desenho, a pintura e o vídeo-happening os principais meios utilizados. O seu trabalho aborda questões pessoais relacionadas com o corpo com deficiência: deformação/disfunção, eficiência/deficiência, superação/supressão e preconceito/aceitação. Mais recentemente, idealizou o Projeto DEMONSTRA, programa de residência artística para pessoas com deficiência, que conta com o apoio da Direção Geral das Artes – DGArtes.