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Hard to be a God — Moritz Ostruschnjak

Novembro 8, 2022 - Novembro 20, 2022

Hard to be a God, Moritz Ostruschnajk

Hard to be a God Moritz Ostruschnjak

A digitalização desobjetifica o mundo ao torná-lo informação. Está também a abolir memórias. Em vez de perseguir memórias, armazenamos grandes quantidades de dados. (…) Não vivemos num reino de violência, mas num reino de informação mascarada como liberdade”- Byung Chul Han

 

A nova peça de Moritz Ostruschnjak, Hard to be a God, é baseada no romance distópico Island of Lost Memory, da autora japonesa Yoko Ogawa, que serve de inspiração para uma tradução físico-sensual autónoma, livre de restrições narrativas clássicas. Nesta obra, uma ditadura anónima tem coisas e memórias banidas pela denominada polícia da memória. Aqueles que as perseguem são presos, deportados ou mortos. Até que tudo se dissolva – paisagens, posses, corpos – primeiro em partes, depois na sua totalidade.

Hard to be a God centra-se no complexo temático do desaparecimento/esquecimento e entende o romance de Ogawa como uma analogia do nosso presente, onde inúmeros dados são armazenados e encarnam no nosso mundo em bits e byts, o que acabará por nos fazer esquecer o passado e a nossa fisicalidade.

Congruente a isso, Ostruschnjak trabalha no palco em coreografia, vídeo, música e luz, com uma espécie de desfoque: coisas concretas desvanecem-se com o tempo, perdem o foco, tornam-se mais aborrecidas, mais misteriosas, mais fantasmagóricas – até que tudo desapareça e apenas o ranger dos sapatos, a respiração, e o farfalhar de roupas pode ser ouvido.

Esteticamente, Ostruschnjak trabalha com os princípios de Copy&Paste, Cut&Mix. Colagens descontroladas e camadas umas em cima de outras com níveis de tempo, géneros, estilos e técnicas combinados – coreograficamente, visualmente e musicalmente – até que a narrativa de nossa realidade renasça dos elementos e conexões mais heterogéneos: Monty Python pinta Breugel, Futurismo abraça a Idade Média, e Haydn apresenta Kraftwerk…

 

Sobre Moritz Ostruschnjak

Nas suas obras, Moritz Ostruschnjak aborda as transformações em experiências físicas e sociais, nos
tempos de digitalização e virtualização. As suas peças são espaços, formados por hiperlinks, que utilizam o maquinaria dos media do Século XXI como um motivo, bem como um arquivo, assim espelhando e refletindo os processos sociais. Seguindo o princípio de pick & mix e cut & paste, elementos altamente heterogéneos, conexões interligam a narrativa de uma realidade na qual as fronteiras entre política, entretenimento e populismo tornam-se cada vez mais indistintas.

Moritz Ostruschnjak desenvolveu o seu interesse pela dança contemporânea através do breakdance. Estudou na Iwanson International, em Munique, e completou a sua formação com Maurice Béjart em Lausanne. Depois disso, trabalhou como dançarino em casa e fora do país. Trabalha como coreógrafo freelancer em Munique desde 2013 e criou o solo “Island of Only Oneland” e as peças do conjunto “Text Neck”, “BOIDS”, “UNSTERN” e “AUTOPLAY”. A sua produção “YESTER: NOW” (2021) estreou na maior sala de espetáculos de Munique, a Sala Filarmónica do Gasteig, e em 2022 realizou a sua mais recente peça “TERMINAL BEACH”. Foi selecionado como um dos Aerowaves Twenty21 Artists (com TANZANWEISUNGEN).

Detalhes

Início:
Novembro 8, 2022
Fim:
Novembro 20, 2022
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