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Clara Andermatt e João Lucas / Companhia Clara Andermatt (residência)
Fevereiro 28, 2022 - Março 6, 2022
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O músico e compositor Orlando Barreto, mais conhecido como Pantera, nasceu na ilha de Santiago, Cabo-Verde, em 1967, e deixou-nos aos 33 anos. A sua filha, Darlene – que tinha apenas seis anos à data de falecimento de seu pai – tem levado a cabo, nos últimos anos, uma profunda pesquisa sobre a vida e obra de Pantera; foi nesse contexto que lançou à Companhia Clara Andermatt o desafio de lhe fazer uma homenagem.
Pantera abriu novos caminhos na música do seu país. Na sua voz, pulsava Cabo Verde e as suas gentes: explorando as formas da tradição, fazia brotar uma poesia repleta de amor, perspicácia e assertividade.
Sobre esses traços, encontra-se a visão da Companhia Clara Andermatt, através das vivências que conseguiram partilhar com ele, como amigo e como artista. Para além deste reencontro, no reviver da sua criatividade e do seu afeto, seguiu-se um caminho de exploração, mergulhando na sua terra, costumes e cultura, não deixando de as projetar num mundo contemporâneo onde ele também se posicionava.
Este é, assim, um espetáculo construído nas andanças da memória. E é, sobretudo, uma intensa e dinâmica experiência de colaboração. Cada um dos intérpretes estabelece uma relação pessoal no relembrar da sua própria experiência e devolve-nos uma riqueza criativa que se converte no valor e no sentido desta homenagem.
Entre o muito que ficou por fazer e o muito que ficará por dizer, este é o seu recado para o Pantera.
FICHA TÉCNICA / ARTÍSTICA
Ideia da homenagem Darlene Barreto
Direção artística Clara Andermatt
Cocriação Clara Andermatt e João Lucas
Assistência à criação Felix Lozano, Amélia Bentes
Intérpretes Avelino Chantre (Avê), Bruno Amarante (Djam Neguin), Diogo Picão Oliveira, Domingos Sá (Kabum), Jorge Almeida, José Cardoso (Zeca), Nickita Bulú, Sócrates Napoleão
Participação especial Mayra Andrade
Desenho de luz Nuno Meira
Figurinos José António Tenente
Espaço cénico Artur Pinheiro
Desenho de som e operação Ricardo Figueiredo
Operação de iluminação Manuel Abrantes
Vídeo e making of Catarina Alves Costa
Produção Helena Menino e João Albano Fernandes / Companhia Clara Andermatt
Apoio à produção: Linha de Fuga, Jasper Walgrave
Parceiro Institucional República Portuguesa – Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes
Coprodução Fundação Centro Cultural de Belém, Teatro Municipal do Porto, Cine-Teatro Louletano
Residência de coprodução O Espaço do Tempo, Musibéria
Parceiros na residência de pesquisa em Cabo Verde Instituto Camões, Cooperação Portuguesa em Cabo Verde, Centro Cultural Português na Praia, Câmara Municipal de Santa Catarina
Parceiro de comunicação Antena 2
Apoio à transcrição do arquivo audiovisual Universidade de Aveiro
Apoios e agradecimentos: Darlene Barreto, Andreia Falcão Mendes, João Branco, Bob Mascarenhas, Raiz di Polon, Estúdio Gota D’Arte, Teatro do Bairro, Centro Cultural de Cabo Verde em Lisboa, Interpress – Hub Criativo do Bairro Alto
COMPANHIA CLARA ANDERMATT
A Companhia Clara Andermatt (ACCCA) é uma Companhia de autor criada em 1991 e formalizada como Associação Cultural sem fins lucrativos em 1997. A sua atividade centra-se no desenvolvimento e sustentação das atividades artísticas e pedagógicas da coreógrafa Clara Andermatt. Desenvolve atividade ao nível da criação, produção, formação, cooperação e difusão de projetos artísticos, contando com cerca de 60 obras da coreógrafa apresentadas em 20 países. Promove ações de formação para grupos profissionais e não-profissionais, diversas comunidades e o universo escolar. Apoia artistas de diferentes áreas através de apoio logístico e da cedência do seu estúdio, contribuindo para a valorização da comunidade artística local. Tendo sempre presente a dimensão da Arte como veículo privilegiado de comunicação, o trabalho criativo de Clara Andermatt e da sua Companhia tem cultivado laços com diversos territórios e as suas comunidades. Através de uma rede de parcerias institucionais e não institucionais, a nível local, nacional e internacional, a ACCCA construiu um circuito alargado de promoção, acolhimento e coprodução das suas propostas.
Clara Andermatt nasceu em Lisboa em 1963. Estudou dança com Luna Andermatt e graduou-se pelo London Studio Centre e pela Royal Academy of Dance, em Londres. Integrou entre 1984-88 a Companhia de Dança de Lisboa (dirigida por Rui Horta), e entre 1989-91 a Companhia Metros, em Barcelona (direção de Ramón Oller). Com a sua Companhia (desde 1991), cria e produz numerosas obras, distinguidas com prémios e regularmente apresentadas em Portugal e no estrangeiro. É frequentemente convidada para orientar aulas e workshops e criar para outras companhias. O seu percurso é marcado pela viagem, pelo encontro com outras culturas e outras linguagens artísticas, especialmente nas zonas de fronteira entre formatos e estilos, entre o corpo treinado e não treinado e o desejo de aproximação do outro, procurando sentir e perceber a singularidade de cada indivíduo.
João Lucas (1964) é pianista, compositor musical e pesquisador. A sua atividade estende-se igualmente à criação performativa e às artes visuais. Com vasta experiencia na composição musical para artes performativas, é mestre pela Universidade de Brasília, na linha de pesquisa de “Processos Composicionais para a Cena” e Doutor, pela mesma Universidade, na linha de pesquisa de “Cultura e Saberes em Artes”. Profissionalizou-se em 1982, tendo colaborado como músico, produtor e diretor musical em numerosas gravações e espetáculos ao vivo. Editou em nome próprio o disco “Abstract Mechanics” (2009) com a composição musical para a peça “Era uma coisa mesmo muito abstrata”, de Andresa Soares. Em 2013 é editado, em Luanda, “Paisagens Propícias” com o registo da música composta para a coreografia com o mesmo nome, de Rui Lopes Graça para a Companhia de Dança Contemporânea de Angola. Gravou com o violonista Jaime Ernest Dias o CD “Cerrado Atlântico” (2019). A partir de 1989 dedica-se sobretudo à composição de música de cena para teatro e dança. Neste âmbito, colaborou com os encenadores Lígia Soares, Andresa Soares, Lúcia Sigalho, Marco Martins, Fernanda Lapa, António Feio, Cristina Carvalhal, e com os coreógrafos Clara Andermatt, João Fiadeiro, Paulo Ribeiro, Rui Lopes Graça, entre outros, tendo assinado a composição de música para mais de oitenta peças.