Dia Aberto d'O Espaço do Tempo no Goethe-Institut

 

O Espaço do Tempo estará no Goethe-Institut, em Lisboa,  com um conjunto de actividades abertas ao público, tendo como objectivos dar a conhecer a parceria em curso entre estas duas instituições, apresentar em Lisboa trabalhos de artistas portugueses a viver na Alemanha, e contribuir para o pensamento crítico sobre políticas culturais públicas e modelos de financiamento para a criação artística

PROGRAMA

15:30 Ecology of Strangers, de Ana Libório
16:30 Æffective Choreography, de André Uerba
17:30 Conversa moderada por Cláudia Galhós em torno da comparação entre os modelos alemão e português no que respeita a políticas culturais públicas, financiamento à criação artística e modos de ver, entender e fazer arte. Com Ulrike Seybold, Ana Rocha, Angela Guerreiro, Carlos Oliveira, Vânia Rovisco, Ana Libório, André Uerba, Pedro Barreiro, Jana Binder, e mais convidades a confirmar, e todo o público interessado em estar presente.
19:00 DJ set com Cigarra + Beberete

© André Loubet

Ecology of Strangers, de Ana Libório
Performance/Instalação • 15h30 no Jardim do Goethe-Institut

Ecology of Strangers é um objeto artístico que promove a fusão entre o espaço da instalação e da performance.  O espaço performativo é ocupado por dois performers que especulam,  num universo experimental,  sobre dissonâncias de um corpo no espaço digital e não digital. A instalação é um lugar de utopias digitais e de filosofia, onde o real é incapaz de ser categorizado. A estrutura dramatúrgica faz com que os espectadores tenham de ajustar dinâmicas de interação ao longo da instalação. Tento tornar algo visível. Decido um ponto de partida. Questiono quem está por detrás da perspectiva. Qual é o real da imagem. O real é não apelidável. 

Ficha Artística/ Técnica
Conceito artístico de Ana Libório em colaboração com Lina Petronella, Tiago Vieira, S4r4, Gonçalo Alegria, Bruno José Silva.
Voz Off: Paula Sá Nogueira, Rodrigo Sá Nogueira e João Estevens.
Produção executiva: Associação Cultural Arraial Cósmico
Apoio financeiro: Ministério da Cultura/República Portuguesa, Self-Mistake e Latoaria.
Livro editado por Britanny Sondergaard & Ana Libório com o design de Bruno José Silva
Ilustração de Mafalda Jacinto
Agradecimento a André Loubet, Latoaria, Teatro Cão Solteiro, Rabbit Hole, Trust Collective, Patricia Couveiro, Plataforma 285, Carlos Cardoso, Rua das Gaivotas 6/Teatro Praga, Diogo Melo, Tanzfabrik Berlin, Pedro Barreiro.
© Alicja Hoppel

Æffective Choreography, de André Uerba
Apresentação do projeto • 16h30 no Auditório do Goethe-Institut

Como é que o teu corpo se sente hoje? Neste tempo de alta velocidade e violência, o coreógrafo e bodyworker André Uerba manuseia no projeto Æffective Choreography procedimentos de intimidade e o seu potencial em práticas coletivas. No contexto do Goethe-Institut irá fazer a apresentação do projeto de uma forma ainda não definida, mas algo que navegará entre conversa, mostra de alguns excertos de vídeo, workshop e metodologia de trabalho. Para esta sessão, convidou a performer Manoela Rangel.

Ficha Artística/Técnica
André Uerba e convidades

ANA LIBÓRIO

Ana Libório nasceu em Lisboa, Portugal. Atualmente vive em Berlim/Lisboa, cidades onde também trabalha profissionalmente. Artiste não binárie, performer, colaboradore criative e investigadore. Ana Libório perceciona teatro, coreografia e escrita como ferramentas artísticas descentralizadoras que operam em diferentes perspectivas. A sua prática artística incorpora coreografias, artes digitais/visuais e escritos. Para conceptualizar a sua pesquisa artística num ecossistema performativo – evoca poesias, narrativas ficcionais e friccionais não lineares, subjetividades ontológicas e modos de ver. Nos seus objetos performáticos, os corpos híbridos humanes e não humanes são a representação coreográfica de uma ferramenta performativa intermodal que se debate sobre problemáticas integrativas, interseccionais, descolonizadoras em interfaces de vertentes fluídas. Realizou a sua formação em Teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema (Licenciatura no Ramo de Atores), dança na Universidade UDK em Berlim e o mestrado em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e na Universidade Sorbonne Nouvelle em Paris. Em 2018/19, frequentou o programa P.O.R.C.H (Ponderosa Stolzenhagen), o ROAR em Berlim, com os mentores Peter Pleyer, Maria Scaronni, Diego Aguilló, Sonja Pregard, Ana Nowicka e Meg Stuart e a formação em dança do DanceWorks Berlim. É atualmente artiste residente no RED TanzFabrik em Berlin, e encontra-se a preparar o seu próximo espetáculo “Stuck on the platform” que irá estrear no Berliner Ring Theater em 2024 e Cosmic Phase/Stage, um espetáculo produzido pela Arraial Cósmico, a estrear no CCB/Temps d´Image em 2024.

ANDRÉ UERBA

André Uerba, coreógrafo, performer e bodyworker. Residente em Berlim desde 2013, ano em que iniciou o Mestrado em Artes, Solo / Dance / Autorship na Universität der Künste Berlin (2013-2015). Desde 2018 que desenvolve projetos de grupo: “Burn Time” (2018), “Fire Starter” (2019), “A hole the size of your touch” (2021) e “Æffective Choreography” (2022). Em 2021 fez parte do grupo Re-Think (Accessibility & Sustainable Mobility), um projeto de um ano focado na criação de estratégias para acessibilidade em dança, organizado pelo Swedish Institute e Norrlandsoperan. Entre 2022 e 2023 foi bolseiro Tanzpraxis, uma bolsa de pesquisa de 18 meses. No início de 2023 terminou a formação como Sexological Bodyworker (ISB Berlin). Em 2023 foi um dos 4 coreógrafos selecionados para a Pina Bausch Fellowship, e irá colaborar com a coreógrafa Diana Niepce.

ANA ROCHA

Ana Rocha (Porto, 1982) foi produtora de artes visuais e artes performativas. É curadora, coreógrafa, artista e dramaturga. Tem trabalhado no campo cultural e artístico enquanto freelancer independente ao longo de 21 anos. Trabalha em mediação cultural e programação (TAMANHO M, XXATENEUXXI’19, Cultura em Expansão (2019 to 2022), To School Out of School’19 \ Colectivos Pláka, TanzKongress’19, ViaAberta\Mid Summers Night Dream’19, CURADURA’21, Set-Up’21, A Casa de Sibila’22, entre outros), colaborando com organizações informais pelas artes, coletivos artísticos e instituições públicas. Ana colabora ainda enquanto consultora freelance de artes performativas em diferentes contextos e disciplinas, para artistas e estruturas como a Sekoia e Bela Associação, Braga’27 ECC, entre outros.

CARLOS MANUEL OLIVEIRA

Coreógrafo, performer e investigador. Doutor pelo Programa UT Austin | Portugal com a tese “Objectos Coreográficos: Abstracções, Transducções, Expressões” (2016) e Bacharel em “Dança Contemporânea: Coreografia e Contexto” pela Universidade de Artes de Berlim (2010). Frequentou os cursos: “Artes Performativas Interdisciplinares” da Fundação Calouste Gulbenkian (2008), “Criatividade Ciêntífica e Investigação Artística” do AND_Lab (2011) e “Symposium de Práticas Artísticas” da Associação Mezzanine (2017). Foi investigador associado do Colab UT Austin | Portugal (2010-2011), do Centro Inter-Universitário de Dança de Berlim (2013-2014) e do Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa (2010-2016). Actualmente, nesta universidade, é investigador integrado no Grupo de Investigação Performance e Cognição do Instituto de Comunicação da Nova (ICNova). Foi coordenador nacional do sector de teatro do INATEL (2005), director artístico do “Novo Circo do Ribatejo”(2004-2007), Professor Adjunto de Estudos dos Média no Instituto Superior de Tecnologias Avançadas de Lisboa (2015-2016) e Professor Adjunto de Corpo e Movimento na Escola Superior de Teatro e Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa (2019-2020). São exemplos de publicações suas: “Nexus at the Limits of Possibility” (Cambridge Scholars Publishing, 2016), “Coreografias Digitais: Problema e Potência” (Interact, 2018), “Choreographic Transductions Across Media” (Sinais de Cena, 2020) e “Genealogias da dança enquanto prática artística em Portugal” (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2020). Começou a produzir trabalho coreográfico em nome próprio em 2017 com “do desconcerto, por um lado / da aventura, por outro”, a que se seguiu a série “Proposições” (2018), “Criarei apenas o que não consigo imaginar” (2019) e uma série de peças em 2021. É sócio-fundador das Associações Cotão (2006) e Apneia Colectiva (2019) e artista associado da Associação Parasita desde 2019. Entre outras práticas somáticas, é estudante da Técnica de Klein desde 2007.

CLÁUDIA GALHÓS

Cláudia Galhós (Lisboa, 1972) escreve sobre cultura em geral, artes performativas e dança para jornais desde 1994, em publicações como BLITZ, O Independente, Público, Jornal de Letras, Mouvement, Visão, entre outros. Escreve sobre artes performativas para o Expresso desde 2005. Para a televisão, foi editora do magazine cultural semanal sobre cultura “AGORA” e Palcos AGORA (RTP2 (2012 a 2015) e editora do suplemento semanal «Artes de Palco», do programa «Magazine» (RTP2, 2004 a 2006). Foi editora e autora do livro “There is nothing that is beyond your imagination” (2015, no âmbito da rede europeia “Imagine 2020 – Art and Climate Change”, que reúne 10 teatros europeus, liderada pelo Kaaitheater, em Bruxelas).

JANA BINDER

Jana Binder nasceu na Alemanha, em 1973.  Passou a década de 1980 em Portugal, Cascais, onde frequentou a Escola Alemã, no Estoril e em Lisboa.  Concluiu os estudos superiores de Antropologia Cultural / Etnologia Europeia, na Universidade de Frankfurt am Main, tendo obtido o grau de Mestre. Paralelamente, deu início à formação para quadros superiores no Goethe-Institut, tendo passado, nesse contexto, um período na Grécia. Desde então, ocupou posições de chefia no Goethe-Institut, em Brasília e na Eslováquia. A partir de 2022 assumirá a direção do Goethe-Institut Portugal.

PEDRO BARREIRO

Pedro Barreiro é o novo director artístico do Espaço do Tempo. É um artista que tem desenvolvido inúmeros trabalhos como encenador, actor, criador cénico, dramaturgista, produtor, programador e curador. Tem-se interessado, nos últimos anos e entre outras coisas, pelo pensamento sobre os actos performativos como geradores poéticos, pela experimentação sobre as convenções constituintes das formas teatrais e por estratégias de desmantelamento de sistemas hegemónicos na arte contemporânea. Foi diretor artístico do Teatro Sá da Bandeira, em Santarém (2015-2017) e colaborou com o Teatro Praga como gestor e programador da Rua das Gaivotas 6 (2019-2022). É artista associado do Cão Solteiro, desde 2020.

 

ULRIKE SEYBOLD

Ulrike Seybold é diretora-geral do NRW Landesbüro Freie Darstellende Künste e. V. Anteriormente, fez parte da equipa de gestão do Landesverband Freier Theater em Niedersachsen. Desde 2015, é também membro da direção da Associação Federal de Artes Performativas Independentes. Nestas funções, aconselha artistas e mecenas, faz parte de vários comités e está empenhada no desenvolvimento de estruturas nas artes performativas independentes. Antes de se juntar à associação, trabalhou durante muitos anos como gestora de produção independente e assessora de imprensa para vários projetos culturais e teatrais. Estudou jornalismo, história e ciências políticas na Universidade do Ruhr em Bochum, completou uma formação complementar como gestora cultural em Neuss e, ao mesmo tempo, exerceu atividades jornalísticas para o taz e a WDR, entre outros.